Oi gente, meu nome é Maria, e estou com muita vontade de contar a todas as pessoas, principalmente a vocês crianças, um pouquinho dessas minhas ideias mirabolantes sobre a Cidadela, essa exposição já passou pelo Sesc Pompeia, esse lugar tão importante na cidade de São Paulo e pelo prédio histórico da Caixa Cultural Fortaleza, feito para as pessoas conviverem.
Como todas as cidades, a Cidadela é formada, entre outras coisas, de casas. A primeira casa que nasceu na minha imaginação, foi a Casa Memória, quando a minha filha Lina era bem pequenininha. Como ela demorava muito para dormir, eu contava a história da casa das mil janelas, onde cada janela era a memória de um dia, e que a cada dia a gente abria uma outra. Tinha dia que a gente abria muitas janelas, pois o sono de Lina não tinha pressa em chegar. Depois de um tempo, quando eu fiquei grávida do Martin, com ele ainda dentro da minha barriga, comecei a sentir que eu era uma casa, que aquelas muitas janelas estavam no meu próprio corpo e que o Martin era o meu habitante. Foi ali que nasceu a Cidadela.
Tem uma casa na Cidadela que é muito especial, e eu a chamo de Casa Gestar. Quando eu comecei a pensar nela, que era onde meu filho morava dentro de mim, eu imaginei que o nosso corpo é formado por muitas partes, muitos funcionamentos, muitas emoções, como se dentro da gente tivessem muitas outras casas que abrigam toda essa diversidade. Uma casa para cada emoção, para cada orgão, para cada célula. Gente! O nosso corpinho é uma grande Cidadela composta por várias casas. Agora, imaginem se essa comunidade de casas que me habita encontra a tua e outras tantas? Juntas seremos uma gigante Cidadela.
Eu e mais um monte de gente bem diferente uma da outra, construímos esta Cidadela pensada para vocês, crianças. Se vocês repararem bem, as casas estão na altura certa para que vocês possam adentrar nos pequenos universos e sonhar.
Convidamos vocês a observar e sentir cada detalhe, espiar por cada buraquinho, porta, janela ou fresta, e deixar as emoções fluírem como um rio.
A exposição ficou aberta para a visitação de 11 de outubro de 2022 a 18 de dezembro de 2022 – de terça a domingo (e feriados), das 10h às 17h, no espaço de brincar do Sesc Pompéia, um importante espaço de difusão de arte e cultura na capital paulista, esse lugar tão importante na cidade de São Paulo, feito para as pessoas conviverem.
A visitação teve entrada gratuita e livre para todos os públicos, com mediação educativa com os arte educadores da Cia Alcina da palavra, um grupo formado por artistas negros, com larga experiencia em vivencias com o público infantil e famílias. Foram no total 60 dias de mostra recebendo um público de 8.793 pessoas.
Foram realizadas, paralelas à exposição, as oficinas Mini Mundos – construção de maquetes coletivas, com Maria Helou Zuquim, Habitantes – construção de marionetes de vara com Juliana Notari, Imaginários da CIDADELA - Vídeo Memória com Paulo Pereira e Poemas Mecânicos – Visuais – construção de autômatos com Du Salzane. Foram 13 oficinas de 3 horas cada, totalizando 39 horas de vivências com público total de 195 pessoas.
A produção da exposição gerou emprego e renda para uma equipe de 29 pessoas, gerando em torno de 40 empregos indiretos. A exibição da exposição gerou entre a equipe da mediação educativa e toda equipe logística, oferecida como contrapartida pelo Sesc, uma equipe em torno de 30 pessoas.